A morte do lirismo


Enquanto festejam
estripo meu braço,

enquanto tudo desejam,
de tudo me desfaço...
Dane-Se!



Enquanto danço no escuro,

Vocês ligam as luzes,
enquanto a loucura procuro
vocês levantam suas cruzes!
Dane-se!



Gritos.. gritos... a meia-noite!

O lirismo está morto,
agora todo mundo escreve
sem métrica e com verso torto!



Enquanto usavam jóias,

eu ficava com o amoníaco,
Enquanto agora conto vitórias,
vocês apenas dizem: "desisto!"
Danem-se!



Enquanto os cintos apertam,

eu acelero e acelero...
Enquanto os Ânimos se aquietam
prego como João no deserto!
Danem-se!



Badaladas! Ouçam as badaladas!

O parnasianismo virou poesia moderna,
Não há mais chão seco e chuva molhada,
apenas o belo e o nada!



Enquanto todos rimam,

Eu alcanço o mais profundo,
enquanto por métrica brigam
sinto o sentimento do mundo!

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Danem-se! Não me chamo Raimundo!




21/02/2015
RS Schindler(Renan Souza)

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