NADA MAIS DESEJO


Desisto de meus anseios,
que apenas o indesejável desejam,

Quero apenas que essas pedras,

sejam levadas pela correnteza.

Em sólido mar sinto a perda,
daquele velho punhal que me golpeia,
no local onde não há mais canto,
onde só há duas pérolas que gotejam.


Desisto de meus desejos,
que apenas o inaceitável anseiam,
quero apenas que esses seixos
desapareçam no meio da areia.


Em liquido rochedo sinto a ausência,
Daquela velha poeira...
tão terrena quanto cósmica,
que o ar das galáxias permeia.

Desisto de minhas aspirações,
que apenas com o inalcançável devaneiam,
quero apenas que minhas inspirações
em crença descrente... desapareçam.



Em sólido liquido sinto a presença,
daquele velho punhal feito de poeira,
só me resta rasgar o véu
por onde escorrem as estrelas.


Sem aspirações, sem desejos, sem anseios,
sem pedras, sem canto, sem seixos,
As inspirações, no fim, se fecham,
junto com as pérolas que goteiam.


RS Schindler (Renan Souza)

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